sexta-feira, 3 de abril de 2009

Versalhes Tropical

Versalhes Tropical
Meraldo Zisman
Psicoterapeuta de Jovem


Na maioria dos programas televisivos de debates sobre os grandes acontecimentos nacionais e internacionais, a figura do Cientista Político quase sempre se faz presente. Creio ser tal presença muito boa para um melhor esclarecimento dos telespectadores. Pena que a maior parte limite-se aos canais por assinatura.
No dizer da professora Lucia Avelar da Universidade de Brasília (UnB), "o cientista político é um profissional capaz de criticar injustiças sociais e propor soluções políticas em um mundo onde alguns poucos têm privilégios e outros muitos vivem em condições subumanas concluindo: fatores intelectuais, morais e de justiça se entrelaçam na definição dessa carreira".
Prossegue a professora: "fazer política é encontrar a melhor forma de garantir os direitos e deveres dos cidadãos, levando em conta as diferenças entre os indivíduos e os interesses de cada um.A função do cientista político é poder trabalhar em assessorias de políticos, de partidos, sindicatos, organizações não-governamentais (ONGs); trabalhar em assessoria parlamentar de vereadores, deputados e senadores; trabalhar como analista político; produzir dados eleitorais, atuar em instituto de pesquisa; trabalhar com marketing político em campanhas eleitorais; ser gestor do governo, concebendo, implementando e avaliando as políticas públicas de diversas áreas do governo. Nas outras universidades o estudante entra no curso de Ciências Sociais e, ao se formar, faz mestrado ou doutorado na área de política". Assinala ademais: "O aluno aprende a teoria política clássica, moderna e contemporânea, baseada no pensamento de grandes nomes como Platão, Aristótele s, Maquiavel, Rousseau, Stuart Mill (...) sem esquecer-se dos brasileiros: Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda, Celso Furtado, etc."
No entender da professora, a localização do campus universitário do bacharelato em Ciências Políticas, no Distrito Federal, propicia ao corpo discente a facilidade de estar próximo ao centro do Poder Nacional (conferir maiores detalhes no site) (http://www.unb.br/graduacao/cursos/sobre/cienc_politica.php#topo.
Discordo da professora em um ponto - temo é a proximidade do Poder (brasileiro). Enfatizo a causa; o meu receio é a localização geográfica desse curso que, segundo fui informado, foi ou é o primeiro ministrado numa Universidade Publica Nacional e portanto, repito, de grande importância para a Nação. Mas voltemos ao assunto desses meus temores.
Sei que a mente do jovem é muito plástica. Bastante influenciável. Principalmente nos dias atuais, quando a civilização do ‘vencer na vida' domina tudo... Não importa como! Daí vem a minha indagação: O que esses moços podem aprender de bom com os políticos atuais? Salvo as exceções de praxe, muito pouco. E o pouco que possam aprender estará eivado de péssimas práticas e de um total desprezo pelos eleitores. Infelizmente.
Para terminar digo:
Fala-se tanto em reforma política; não seria melhor reformar primeiro a mentalidade dos homens públicos? Os pedagogos afirmam que quando se deseja, aprende-se, até com um mau professor. Tenho minhas dúvidas. Principalmente quando se está tão próximo da nossa nova Versalhes Tropical.

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