sábado, 24 de abril de 2010

ADESG - Rotary Clube-- Encruzilhada e Caxangá



ATIVIDADE DE ADESG

Rotary Clube-- Encruzilhada e Caxangá

20 de novembro de 2009


Senhoras e Senhores: até quando vamos nos calar?

Meraldo Zisman



Fui convidado pelo rotariano Pedro Brasil, estagiário do XXXVI Curso de Estudos de Política e Estratégica – CEPE, da Delegacia da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG), para falar sobre assuntos referentes à brasilidade, no mês da Proclamação “Oficial” da República: dia 15 de novembro de 1889. Vênia para dividir minha fala em três vertentes: a) ESG/ADESG; b) Proclamação da República; e c) Pernambuco. Peço licença para empreender uma breve digressão e registrar que, todo e qualquer episódio, da História, possui datas e acontecimentos emblemáticos, seja a Queda da Bastilha, a Derrubada do Muro de Berlim, ou a 2ª. Guerra Mundial.
Destaco, em primeiro lugar, a importância do convite do Rotary. Meus agradecimentos pela honra e a oportunidade de fazer-me presente junto àqueles que integram o Rotary Clube do Caxangá e da Encruzilhada. E afirmar que, aqui, tenho o prazer de encontrar e reencontrar tantos rostos já conhecidos. Como, no momento, estou Delegado da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, peço licença aos prezados rotarianos, convidados e convivas, para fazer um breve histórico dessa Universidade, cuja função precípua é estudar o Brasil.

a) ESG/ADESG- Há sessenta anos, o então Presidente da República Eurico Gaspar Dutra criou, através de uma resolução legislativa, a Escola Superior de Guerra (ESG). Integrante da estrutura do Ministério da Defesa, e destinada a desenvolver e a consolidar os conhecimentos necessários ao exercício de funções de direção e assessoramento superior, para o planejamento da Defesa Nacional, dentre os seus ensinamentos estão incluídos aspectos fundamentais da Segurança e do Desenvolvimento do país. A ESG é um Instituto de Altos Estudos de Política, Estratégia e Defesa, cuja função é estudar o Brasil em todas as suas expressões.
Por sua vez, a Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG) foi fundada no dia 7 de dezembro de 1951, por Diplomados do Curso Superior de Guerra, da turma de alunos de 1950, da ESG. Sua estrutura é composta por uma Administração Nacional, situada no Rio de Janeiro; por vinte e nove Delegacias (sendo vinte e sete localizadas nas capitais das Unidades Federativas e, duas, no Triângulo Mineiro); além de cerca de cem Representações, em cidades importantes de nosso país, que contam com, aproximadamente, 80.000 associados em território nacional. Até o presente momento, a ESG diplomou em torno de 8.000 integrantes.
O papel da ADESG é de extrema relevância. Como ela possui grande capacidade de projeção no país, seus preceitos são difundidos por meio de Cursos de Estudos de Política e Estratégia (CEPE), bem como de outras atividades sociais e culturais, que são promovidos, a cada ano, com o apoio da ESG. Nossa missão, no aqui e agora, é estar e continuar presente na dinâmica da vida da Nação.

b) Proclamação da República

Oficialmente, a República foi proclamada no dia 15 de novembro 1889, na cidade do Rio de Janeiro, então capital do Império. Esta é a data oficial e emblemática, tal qual o grito de Independência.

c) Pernambuco

No período de trinta e um anos, ocorreram três revoluções em Pernambuco: a de 1817, conhecida como Revolução Pernambucana (ou dos Padres); a de 1824 (conhecida como Confederação do Equador); e a Revolução de 1848 (chamada de Praieira). Após essas revoluções, sofremos grandes amputações em nosso território, onde perdemos mais da metade das terras. Isto sem falar nas perdas sociais, com milhares de revolucionários e combatentes mortos porque traziam como bandeiras os ideais republicanos, tecidos pela Revolução Americana de 1776, e pela Revolução Francesa de 1789. Naquelas manifestações sociais, a mentalidade coletiva dos pernambucanos se fortalecia com os ideais do Federalismo, um rio caudaloso que corria nas veias de Frei Caneca, do General Abreu e Lima, e do pensamento moderado de Gervásio Pires.
Tomando a Revolução de 1817, como exemplo, gostaria de relembrar o seguinte. No começo do século XIX, Olinda e Recife, as duas maiores cidades do Estado tinham, juntas, cerca de 40.000 habitantes (comparados com os 60.000 do Rio de Janeiro, capital da Colônia). O Porto do Recife escoava a produção de algodão, e grande produção de açúcar, oriunda de centenas de engenhos da Zona da Mata. Em outras palavras, Pernambuco possuía uma grande importância econômica e política, e os pernambucanos participaram de várias lutas libertárias. A primeira (e mais importante) foi a Insurreição Pernambucana, em 1654. Depois, veio a Guerra dos Mascates, e a possibilidade da proclamação da independência de Olinda. Na Cidade Alta, de Olinda, lê-se uma placa com os dizeres: Aqui, em 10 de novembro de 1710, Bernard o Vieira de Melo deu o primeiro grito em favor da fundação da República entre nós. O Hino de Pernambuco, em seu verso de número 4, registra o fato, no seguinte poema:

A República é filha de Olinda

Alva estrela que fulge e não finda

De esplender com seus raios de luz.

“Liberdade”, um teu filho proclama:

Dos escravos, o peito se inflama,

Ante o sol dessa terra da Cruz!”



Em 1981, o Prefeito Germano Coelho, através de um Decreto, concedeu a Bernardo Vieira de Melo o título de Precursor da República no Brasil e nas Américas, título que corresponde àquele dado a Tiradentes, com relação à Inconfidência Mineira. O povo de Pernambuco é, antes de tudo, forte e corajoso, no enfrentamento das adversidades.

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