domingo, 1 de março de 2009

COMPORTAMENTO VIOLENTO

Meraldo Zisman

Existe uma grande preocupação com a incidência de comportamentos violentos entre as crianças e os adolescentes. Esta questão, que é bastante complexa, tem de ser cuidadosamente compreendida por pais, professores e responsáveis. Todas aquelas pessoas que, desde o tempo da pré-escola, apresentem comportamentos agressivos - seja em relação aos professores, pessoal auxiliar da instituição de ensino e/ou seus colegas - deverão ser bem observadas.

Não se deve tentar apaziguar a situação e afirmar que tais procedimentos passarão com o avançar da idade. As expressões "quando crescer, isso passa" e "ele é macho e não leva desafora para casa" necessitam ser encaradas como extremamente perigosas. Eu tenho a certeza de que comportamentos violentos, em crianças e adolescentes, sempre têm de ser levados muito a sério.

Um ato violento inclui uma ampla gama de comportamentos e sinais anti-sociais, que podem ser bastante assustadores. Entre eles, estão: atitudes violentas, hostis e explosivas; agressões físicas; brigas; ameaças ou tentativas de ferir pessoas (como, também, pensamentos homicidas); porte de armas; ações cruéis com animais; queimação de alguém, e destruição de propriedade alheia. A omissão ou o reforço positivo a esses procedimentos aumentam o risco da existência de comportamentos violentos que, se não forem coibidos a tempo, podem levar à marginalidade.

Exemplos disso são os abusos físicos e/ou sexuais, a exposição à violência no lar e/ou na comunidade, a exposição à violência nos meios de comunicação (televisão, cinema, rádio, jornais), bem como o uso de drogas e os homicídios ou suas tentativas. A situação fica ainda mais grave quando é combinada com certos fatores socioeconômicos, tais como a pobreza e as privações graves, o stress familiar (desavenças conjugais, separação, divórcio), o desemprego e a perda do apoio familiar. Além desses, podem estar envolvidos fatores genéticos (família/ hereditariedade) e/ou danos cerebrais causados por traumatismo craniano.

Em resumo, os principais "sinais de alarme" para comportamentos violentos são: raivas intensas, freqüentes perdas de controle, extrema irritabilidade, impulsividade intensa ou o tornar-se facilmente frustrado.

O que se deve fazer, então, quando a criança ou o adolescente apresentar um comportamento violento? Um diagnóstico e tratamento precoces, através de profissionais qualificados, muitas vezes, podem ajudar.

Algumas metas do tratamento se concentram em auxiliar a criança: a expressar raiva e frustrações por meios mais adequados; a aprender a controlar a ira; ser responsável por suas ações; e a aceitar as conseqüências e os castigos pelas agressividades cometidas.

Em se tratando de psicoterapia, deverão ser abordados, na relação terapeuta/criança ou adolescente, os conflitos familiares e os problemas escolares e comunitários. As investigações têm mostrado que, muitos comportamentos violentos podem ser reduzidos, ou ainda impedidos, caso os fatores de risco sejam reduzidos ou eliminados de modo significativo.

É muito importante que todos os esforços estejam dirigidos para a diminuição drástica da exposição de crianças e adolescentes à violência na família, na comunidade, e nos meios de comunicação de massa. Sempre que pais ou adultos (da equipe da escola) presenciarem comportamentos violentos, deverão providenciar, imediatamente, uma avaliação exaustiva dessa criança ou adolescente e dos seus familiares, por profissionais qualificados em saúde mental. Isto se afigura de fundamental importância, se desejamos viver em uma sociedade menos violenta.

2 comentários:

  1. Boa noite, Prof. Dr.Zisman.
    Me chamo Ana Claudia, sou discente do curso de Psicologia da FACHO,em Olinda PE. Nopróximo dia 05/11, etaremos realizando um seminário em nossa instituição sobre o Bullying, e achei muito interessante o modo que o sr. aborda o assunto , que será inclusive base teórica do trabalho, e agora lendo o seu blog, me veio o questionamento sobre o tema acima "Comportamento Violento", pode este comportamento ser o principal fator da criança causar o Bullying, ou também seria? Pois discurss~poes que vemos por ai, vizualizamos muitos as vítimas aos agressores, não é verdade, ou estou realmente equivocada sobre o assunto. Fico aguardando sua resposta! Grata Ana Claudia Sena.

    Grata!

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  2. Nós do gabinete do vereador Edmilson Alves gostaríamos de entrar em contato com o Ilmo. psicoterapeuta, para que junto com o prof. Josevaldo Melo - UPE - o qual também será contactado, possa participar de conferência a respeito de "Bullyng" para estudantes em geral a ser marcada em auditório no município do Paulista/PE.
    ailsonjose@hotmail.com
    8713.1342

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