COMPORTAMENTO VIOLENTO
Meraldo Zisman
 Existe uma grande preocupação com a incidência de comportamentos violentos  entre as crianças e os adolescentes. Esta questão, que é bastante complexa, tem  de ser cuidadosamente compreendida por pais, professores e responsáveis. Todas  aquelas pessoas que, desde o tempo da pré-escola, apresentem comportamentos  agressivos - seja em relação aos professores, pessoal auxiliar da instituição de  ensino e/ou seus colegas - deverão ser bem observadas.
Não se deve tentar apaziguar a situação e afirmar que tais procedimentos  passarão com o avançar da idade. As expressões "quando crescer, isso passa" e  "ele é macho e não leva desafora para casa" necessitam ser encaradas como  extremamente perigosas. Eu tenho a certeza de que comportamentos violentos, em  crianças e adolescentes, sempre têm de ser levados muito a sério.
Um ato violento inclui uma ampla gama de comportamentos e sinais  anti-sociais, que podem ser bastante assustadores. Entre eles, estão: atitudes  violentas, hostis e explosivas; agressões físicas; brigas; ameaças ou tentativas  de ferir pessoas (como, também, pensamentos homicidas); porte de armas; ações  cruéis com animais; queimação de alguém, e destruição de propriedade alheia. A  omissão ou o reforço positivo a esses procedimentos aumentam o risco da  existência de comportamentos violentos que, se não forem coibidos a tempo, podem  levar à marginalidade.
Exemplos disso são os abusos físicos e/ou sexuais, a exposição à violência no  lar e/ou na comunidade, a exposição à violência nos meios de comunicação  (televisão, cinema, rádio, jornais), bem como o uso de drogas e os homicídios ou  suas tentativas. A situação fica ainda mais grave quando é combinada com certos  fatores socioeconômicos, tais como a pobreza e as privações graves, o  stress familiar (desavenças conjugais, separação, divórcio), o  desemprego e a perda do apoio familiar. Além desses, podem estar envolvidos  fatores genéticos (família/ hereditariedade) e/ou danos cerebrais causados por  traumatismo craniano.
Em resumo, os principais "sinais de alarme" para comportamentos violentos  são: raivas intensas, freqüentes perdas de controle, extrema irritabilidade,  impulsividade intensa ou o tornar-se facilmente frustrado.
O que se deve fazer, então, quando a criança ou o adolescente apresentar um  comportamento violento? Um diagnóstico e tratamento precoces, através de  profissionais qualificados, muitas vezes, podem ajudar.
Algumas metas do tratamento se concentram em auxiliar a criança: a expressar  raiva e frustrações por meios mais adequados; a aprender a controlar a ira; ser  responsável por suas ações; e a aceitar as conseqüências e os castigos pelas  agressividades cometidas.
Em se tratando de psicoterapia, deverão ser abordados, na relação  terapeuta/criança ou adolescente, os conflitos familiares e os problemas  escolares e comunitários. As investigações têm mostrado que, muitos  comportamentos violentos podem ser reduzidos, ou ainda impedidos, caso os  fatores de risco sejam reduzidos ou eliminados de modo significativo.
É muito importante que todos os esforços estejam dirigidos para a diminuição drástica da exposição de crianças e adolescentes à violência na família, na comunidade, e nos meios de comunicação de massa. Sempre que pais ou adultos (da equipe da escola) presenciarem comportamentos violentos, deverão providenciar, imediatamente, uma avaliação exaustiva dessa criança ou adolescente e dos seus familiares, por profissionais qualificados em saúde mental. Isto se afigura de fundamental importância, se desejamos viver em uma sociedade menos violenta.
 
 
 
 

Boa noite, Prof. Dr.Zisman.
ResponderExcluirMe chamo Ana Claudia, sou discente do curso de Psicologia da FACHO,em Olinda PE. Nopróximo dia 05/11, etaremos realizando um seminário em nossa instituição sobre o Bullying, e achei muito interessante o modo que o sr. aborda o assunto , que será inclusive base teórica do trabalho, e agora lendo o seu blog, me veio o questionamento sobre o tema acima "Comportamento Violento", pode este comportamento ser o principal fator da criança causar o Bullying, ou também seria? Pois discurss~poes que vemos por ai, vizualizamos muitos as vítimas aos agressores, não é verdade, ou estou realmente equivocada sobre o assunto. Fico aguardando sua resposta! Grata Ana Claudia Sena.
Grata!
Nós do gabinete do vereador Edmilson Alves gostaríamos de entrar em contato com o Ilmo. psicoterapeuta, para que junto com o prof. Josevaldo Melo - UPE - o qual também será contactado, possa participar de conferência a respeito de "Bullyng" para estudantes em geral a ser marcada em auditório no município do Paulista/PE.
ResponderExcluirailsonjose@hotmail.com
8713.1342